sexta-feira, 23 de abril de 2010

À PÉ

Andando pela rua Barão de Piumhi
vi as neblinas moverem
seus arcabouços de mármore
sob a lucidez dos
postes

Automóveis raramente rompiam
o relento,
dormente no asfalto.

No alto,
a lua era um submarino amarelo
entre um cardume de estrelas.

Os prédios recomeçavam a cirandagem,
mas na margem,
a calçada era um convite
à solidão e
à incerteza.

No entanto, meus passos sondavam,
sentindo o sabor insone
da voragem.

O silêncio sussurrava o seu veneno.

Qualquer caminho me levaria
de volta para casa.

GABRIEL NOGUEIRA

Um comentário:

  1. Muito legal o poema do Gabriel Nogueira que é um poeta da nossa cidade já lançou um livro acho que já esta preparando o segundo.
    Parabens Guma

    ResponderExcluir